31 de out. de 2015


Coluna do Masters – “Mary & Max - Uma Amizade Diferente”


São existentes inúmeros casos de solidão, mesmo acompanhado, assim como sensação de companhia, mesmo sozinho. Somos carentes por natureza, buscamos aprovações constantes da sociedade para nos mantermos bem. Ainda na pegada dos filmes em animação, contaremos nesta semana com um forte longa, bem elaborado onde a tristeza se mostra cômica de uma forma bem diferente.   

Dica da semana...
A vida é cheia de variáveis, não sabemos ao certo quando algo grandioso vai acontece, porém nos deliciamos constantemente com as mais diversas simplicidades do ato de viver. Mary Daisy Dinkle é uma garota que vive em Melbourne, Austrália. Aos 8 anos de idade, a jovem se depara com vários problemas sociais onde a solidão lhe acompanha diariamente. Max Jerry Horovitz é um senhor de 44 anos que mora em New York acompanhado de alguns animais. Solitário, obeso e com problemas de Asperger, vive uma vida monótona e deprimente. Certo dia Mary encontra por acaso o número residencial do Max e decide iniciar contato através de cartas. Mesmo abalado com a correspondência inesperada, Max responde positivamente a tentativa de comunicação e inicia assim um ciclo de diálogos surreais a distância, gerando uma amizade incomum ao longo do tempo. (História baseada em fatos reais.)

“A existência frágil de Max havia sido perturbada novamente.”

Para quem já conferiu... (Contém Spoilers)
Agradeço muito por este filme ser totalmente fora de padrão, creio que essa seja a grande joga do longa que apresenta um método novo em meio ao já conhecido. Tanto em construção audiovisual, quanto em enredo, o mesmo é bem diferenciado chamando assim muita atenção.
Primeiramente a história em si, que é totalmente surreal aos nossos olhos, mas por ser real nos perguntamos no fim: “qual a probabilidade disso acontecer?”. Construída em cima de “n” problemas sociais e mentais, contamos com uma riqueza em simples detalhes que vão de perguntas inocentes a doenças seriamente complexas. É cômico ver tantas perguntas serem respondidas de formas inusitadas. É cada loucura que ficamos no aguardo por mais e mais questionamentos. São fortes os pontos mentais e suas problemáticas, constantemente é mostrado a solidão e o modo em que ela afeta os nossos dias levando a busca por soluções desesperadas. Problemas alimentares, a obesidade é levada muito a sério chegando a se tornar um conteúdo constante no filme. São vários casos dolorosos vivenciados pelos personagens, é preciso um estudo aprofundado para discutir tantas questões. Filme indicado para estudos e ampliação da bagagem cultural.
Interessante a simplicidade que tudo é abordado, é tão leve que não choca tanto a ponto de espanto, pois o seguimento de tudo é de certa forma pesado, se fosse usado outros métodos teria saído um longa bem trágico.
A música é agradável, bem aplicada, gostosa de ouvir. Os formatos mesmo toscos de tudo são bem trabalhados trazendo charme a trama. Contraste chamativo entre cidades e vidas que deu um toque sensacional. Muitas frases boas, impactantes, momentos que levam o telespectador a breves questionamentos filosóficos ou sonhos momentâneos de facilidades impossíveis. “Nunca se deve pesar mais que a geladeira e nunca comer algo maior que sua cabeça.”
É um filme voltado para o público adulto por ser complexo, forma bem elaborada de mostrar que animação a tempos deixou de ser coisa só para crianças.


Informações:
Direção: Adam Elliot
Vozes (Originais): Toni Collette / Philip Seymour Hoffman / Eric Bana/ (...)
Género: Animação / Comédia / Drama
Austrália– 2010 – 1h32min.

Trailer:



Cenas do Filme:














Hélio Masters
Jovem estudante de publicidade e propaganda que se entrega aos diversos estilos buscando compreender a arte de viver.

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