São existentes inúmeros casos
de solidão, mesmo acompanhado, assim como sensação de companhia, mesmo sozinho.
Somos carentes por natureza, buscamos aprovações constantes da sociedade para
nos mantermos bem. Ainda na pegada dos filmes em animação, contaremos nesta
semana com um forte longa, bem elaborado onde a tristeza se mostra cômica de
uma forma bem diferente.
Dica
da semana...
A vida é cheia de variáveis,
não sabemos ao certo quando algo grandioso vai acontece, porém nos deliciamos
constantemente com as mais diversas simplicidades do ato de viver. Mary Daisy
Dinkle é uma garota que vive em Melbourne, Austrália. Aos 8 anos de idade, a
jovem se depara com vários problemas sociais onde a solidão lhe acompanha
diariamente. Max Jerry Horovitz é um senhor de 44 anos que mora em New York
acompanhado de alguns animais. Solitário, obeso e com problemas de Asperger,
vive uma vida monótona e deprimente. Certo dia Mary encontra por acaso o número
residencial do Max e decide iniciar contato através de cartas. Mesmo abalado
com a correspondência inesperada, Max responde positivamente a tentativa de
comunicação e inicia assim um ciclo de diálogos surreais a distância, gerando
uma amizade incomum ao longo do tempo. (História baseada em fatos reais.)
“A existência frágil de Max havia sido perturbada novamente.”
Para
quem já conferiu... (Contém Spoilers)
Agradeço muito por este filme
ser totalmente fora de padrão, creio que essa seja a grande joga do longa que
apresenta um método novo em meio ao já conhecido. Tanto em construção
audiovisual, quanto em enredo, o mesmo é bem diferenciado chamando assim muita
atenção.
Primeiramente a história em si,
que é totalmente surreal aos nossos olhos, mas por ser real nos perguntamos no
fim: “qual a probabilidade disso acontecer?”. Construída em cima de “n”
problemas sociais e mentais, contamos com uma riqueza em simples detalhes que
vão de perguntas inocentes a doenças seriamente complexas. É cômico ver tantas
perguntas serem respondidas de formas inusitadas. É cada loucura que ficamos no
aguardo por mais e mais questionamentos. São fortes os pontos mentais e suas
problemáticas, constantemente é mostrado a solidão e o modo em que ela afeta os
nossos dias levando a busca por soluções desesperadas. Problemas alimentares, a
obesidade é levada muito a sério chegando a se tornar um conteúdo constante no
filme. São vários casos dolorosos vivenciados pelos personagens, é preciso um
estudo aprofundado para discutir tantas questões. Filme indicado para estudos e
ampliação da bagagem cultural.
Interessante a simplicidade que
tudo é abordado, é tão leve que não choca tanto a ponto de espanto, pois o
seguimento de tudo é de certa forma pesado, se fosse usado outros métodos teria
saído um longa bem trágico.
A música é agradável, bem
aplicada, gostosa de ouvir. Os formatos mesmo toscos de tudo são bem trabalhados
trazendo charme a trama. Contraste chamativo entre cidades e vidas que deu um
toque sensacional. Muitas frases boas, impactantes, momentos que levam o
telespectador a breves questionamentos filosóficos ou sonhos momentâneos de facilidades impossíveis. “Nunca se deve pesar mais que a
geladeira e nunca comer algo maior que sua cabeça.”
É um filme voltado para o
público adulto por ser complexo, forma bem elaborada de mostrar que animação a
tempos deixou de ser coisa só para crianças.
Informações:
Direção: Adam Elliot
Vozes (Originais): Toni
Collette / Philip Seymour Hoffman / Eric Bana/ (...)
Género: Animação / Comédia /
Drama
Austrália– 2010 – 1h32min.
Trailer:
Cenas
do Filme:
Hélio Masters
Jovem estudante de publicidade e propaganda que se entrega aos diversos estilos buscando compreender a arte de viver.
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