"[...] tenho um irmão alemão, isso mesmo, um irmão alemão." Página 29
Que o
Chico Buarque é um excelente cantor isso todos nós já sabemos, mas o que nem
todo muito sabe é da maravilha que ele é como escritor. Em O Irmão Alemão, Chico Buarque de Hollanda trás uma narrativa que
gera dúvidas ao leitor. Uma historia real, com provas concretas, relatos,
fotos, nomes, documentos e correspondências, e a dúvida de onde até tudo isso é
verdade ou devaneios do narrador.
Como já nos conta na sinopse, Chico
tomou conhecimento de um irmão alemão, no meio de uma conversa entre amigos,
quando Manuel Bandeira pergunta: “E aquele filho alemão do seu pai, por onde
anda?”. O assunto sem dúvidas deixa o autor bastante reflexivo. Fatos que só
poderiam ser explicados através de seu pai, o historiador Sérgio Buarque de
Hollanda.
Este é o pano de fundo que Chico
utilizou para criar este romance, que não deixa de ser uma meio biografia com
uma pitada (ou não) de fantasia, em busca de seu irmão. No enredo, Chico
descobre uma carta vinda de Berlim enviada por uma moça chamada Anne Ernst,
onde ela falava sobre um filho dela e de seu pai, Sérgio. A partir dessa
descoberta, ele inicia uma busca para encontrar o meio irmão. Tal investigação
conta com buscas secretas e insinuações, entrelaça ao cenário político
brasileiro da ditadura militar e suas terríveis conseqüências para época,
repercutindo de maneira direta na vida familiar do próprio narrador.
No meu ponto de vista a escrita
do Chico é excelente, embora algumas vezes (no meu caso) eu precise dá uma
respirada e uma segunda linda pra absorver a mensagem do narrador. Como eu já
sabia da existência da historia, e amo livros biográficos, fui na esperança e
curiosidade de conhecer um pouco mais da vida de um dos cantores que eu mais
escuto. Porém, o livro me deixou ainda mais na vida de qual foi o desenrolar
real da historia. Entenda! Não é a historia do livro que é confusa, mas o
aspecto realidade x fantasia que não fica muito nítido e no mais, Chico Buarque
arrasa né gente!
Já leram essa belezura? Gostaram?
4,5
A vida não passa de uma longa perda de tudo que amamos, disse Victor Hugo. (pg. 178)
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