7 de fev. de 2015


Não me leve à mal. É carnaval!


“Todo carnaval tem seu fim” já diziam Los Hermanos. E como os carnavais, namoros, romances e amores. Ahh, amores de carnaval. Ao som de marchinhas tradicionais ou de versões mais animadas de bandas como Beatles, Los Hermanos e outros. Em meio ao calor humano, animação e bebedeira dois olhares se encontram. Do interior de São Paulo para o carnaval do Rio, ele se encanta com tudo, da cor da pele, dos olhos, cabelos, sotaque e jeito. De longe, acanhada ela reage de maneira tímida, olha pouco e ao ser encarada desvia o olhar.
Então, quem vai se aproximar? Para ela passar perto já era um passo maior que as pernas, ele que fosse até lá. Afinal era carnaval e se não fosse ele, haveria um mundo de possibilidades naquele e nos próximos dias. Mas foi ele, foi ele sim. Baixo, quase sem barba e ainda nenhuma tatuagem. É, ele não tinha características chamasse muita atenção dela, mas sem esforço aquele olhar penetrante, fixo a hipnotizou. Não demorou muito e o paulistano chegou bem humorado, pronto já ganhou pontos porque homem que faz rir merece muito mais do que sorrisos.
Enquanto ela estava acompanhada por uma amiga, ele tinha três. Dois foram “caçar” juntos e depois de algumas horas um voltou bêbado e o outro sem celular. Vindos de cidade do interior, foram procurar o celular “perdido” e depois de horas, um voltou e o outro havia sumido, há horas. Enquanto isso, o amigo que ficou já havia perdido o dia todo tentando algo com a amiga dela que não queria nada, nem com ele, nem com ninguém, uma chata.


Já a carioca e o paulistano... pareciam que se conheciam há anos. Dali foram para suas casas, ela na Zona Oeste e ele na Zona Sul, se arrumaram e foram para uma festa, juntos (e acompanhados dos amigos dele e a amiga chata dela). E mesmo tendo virado a noite na rua e bebido todas eles não estavam satisfeitos, afinal daqui a pouco acaba o carnaval e cada um para o seu lado (ou não). “Acordaram” cedo e foram à praia, todos juntos novamente, já eram quase uma família e aquela amiga chata já estava até gostando dos paulistanos matutos.
Mais tarde, foram para outro bloco, à noite outra festa e na manhã seguinte mais praia já que é o lugar preferido dela e uma das principais atrações da cidade maravilhosa. Dessa vez fora à sós, programa de casal mesmo, depois almoçaram juntos, andaram de bicicleta e passaram a se seguir no Instragram. Na manhã seguinte ele iria embora, não sabiam quando se encontrariam de novo. Estudante, dono de empresa e cheio de projetos ele não tinha muito tempo para viagens, ela se formando, enrolada com trabalho, coisas de casa e família, não pensava em viajar para férias quanto mais para encontrá-lo.
Na casa dele, os amigos saíram sem se preocupar com a hora do vôo ou em arrumar as malas. Ele ficou, preparou o jantar para ela, com direito à sobremesa e luz de velas. Eram 21h, ela chegou, a casa estava toda escura. Foram para o quarto dos meninos, juntos arrumaram as malas dele, assistiram uma comédia romântica, riram bastante e por fim, para encerrar a noite com chave de ouro ele foi até a sala e a pediu para esperar, pouco depois gritou por ela como se algo de muito grave tivesse acontecido e quando saiu do quarto lá estava uma linda mesa feita com muito carinho, com sua comida preferida, sobremesa, luz de velas, rosas vermelhas e ele sorrindo.


Passada aquela noite dos sonhos era hora de partir, foram juntos ao aeroporto de táxi executivo que já incluía a volta dela para casa. Despediram-se como se fossem namorados há anos se separando dramaticamente e por fim, separaram-se com a incerteza de outros dias e noites como aqueles. Ela chegou em casa ainda sob o efeito daquele paulistano encantador, mas não deixou-se abalar e lá se foi para mais um dia de carnaval de rua. Já no bloco ele ligou, “cheguei, amor. Divirta-se” e ela fez por onde se divertir para tentar parar de pensar no conto de fadas que, passou.
O carnaval acabou, mas as mensagens de bom dia, como está e como foi seu dia eram constantes, as ligações carinhosas eram freqüentes e o encanto não acabou. Depois de uns meses enfraqueceu, as visitas eram inviáveis para ambos, mas o carinho continuou, as recordações são muito boas e o carnaval se aproxima. Esse ano ela não vai ter Vitor por perto, abriu mão dos seus encantos para que alguma sortuda de Ouro Preto possa ter recordações tão boas quanto a carioca que vai aproveitar o carnaval genuinamente carioca, com muita alegria, diversidade e sorrisos.



Texto por: Stephany Muzi


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