16 de nov. de 2019


Resenha: O Duque e Eu - Julia Quinn



Simon Basset, o irresistível duque de Hastings, acaba de retornar a Londres depois de seis anos viajando pelo mundo. Rico, bonito e solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em arrumar um bom partido para suas filhas.
Simon, porém, tem o firme propósito de nunca se casar. Assim, para se livrar das garras dessas mulheres, precisa de um plano infalível.
É quando entra em cena Daphne Bridgerton, a irmã mais nova de seu melhor amigo. Apesar de espirituosa e dona de uma personalidade marcante, todos os homens que se interessam por ela são velhos demais, pouco inteligentes ou destituídos de qualquer tipo de charme. E os que têm potencial para ser bons maridos só a veem como uma boa amiga.
A ideia de Simon é fingir que a corteja. Dessa forma, de uma tacada só, ele conseguirá afastar as jovens obcecadas por um marido e atrairá vários pretendentes para Daphne. Afinal, se um duque está interessado nela, a jovem deve ter mais atrativos do que aparenta.
 Mas, à medida que a farsa dos dois se desenrola, o sorriso malicioso e os olhos cheios de desejo de Simon tornam cada vez mais difícil para Daphne lembrar que tudo não passa de fingimento. Agora ela precisa fazer o impossível para não se apaixonar por esse conquistador inveterado que tem aversão a tudo o que ela mais quer na vida.

Romance de Época (Com conteúdo adulto)
Páginas 288
Editora Arqueiro
Classificação: 5/5

O Duque e Eu é o primeiro volume entre oito livros que narram às aventuras da grande e amorosa Família Bridgerton. Sendo ela composta por oito irmãos, a série conta com uma obra para cada um deles não em ordem de nascimento, mas de acontecimento particular a cada um deles, apresentando-nos assim toda a família, que são: Anthony, Benedict, Colin, Daphne, Eloise, Francesca, Gregory e Hyacinth.

A leitura em ordem é importante para evitar pequenos spoilers, e ter maior absorção da historia, e das características que compõe a família e cada um de seus personagens e agregados. Principalmente pelo fato de “como família unida” é comum os irmãos participarem leia-se intrometerem nas histórias uns dos outros.

Nesse primeiro livro conhecemos a história de Daphne, a irmã mais velha entre as moças da casa, porém o que acontece de fato é que mergulhamos na rotina dessa família, nas façanhas e artimanhas desses jovens, na grandiosidade do amor que os une, e principalmente, somos tocados pelas descrições rotineiras e verdadeiramente familiares, como o amor de uma mãe protetora e cuidadosa e a amizade e cumplicidade nutrida entre esses irmãos.


O auge dessa historia é situado na alta sociedade londrina, na época dos grandes bailes,  mães perseguidoras e casamenteiras, cheios de convenções sociais que ditam e definem o comportamento das pessoas; essa trama abusa de romances inimagináveis, de forma doce e muito muito mais muito bem-humorada, capaz de emocionar e tocar o coração do leitor.

Em meio a tantas regras sociais e comportamentais, comuns ao período descrito, conhecemos Simon, o duque de Hastings, grande amigo de Anthony que retorna para Londres depois de vários anos viajando pelo mundo. Um rapaz cheio de complexos familiares, e com lembranças dolorosas, e consequências de forma negativa na sua visão de futuro. Algo que me lembrou Christian Grey, no quesito psicologicamente falando. Nessa busca de fugir do passado, e também de um futuro indesejado, ele vê em Daphne a solução para os seus problemas, resolvendo ajudá-la, e consequentemente se ajudar também, estabelecendo um cortejo de aparências.

Daphne, que por sua vez, destaca-se por sua personalidade forte e alegre, principalmente pelo fato de ser a mais velha das irmãs, e por mesmo sendo donzela, por conta da diferença de idade ela conviveu tempo suficiente com seus irmãos mais velhos para saber ser uma boa ouvinte. Outra coisa que a diferencia das demais é que ela não disponha de afetações e afeminações da época e como ela mesma já ouviu de diversos rapazes, distinta de todas as outras raparigas da época. O que talvez seja a causa de ela sempre ser vista como uma boa amiga, e quase nunca como uma boa pretendente.

Esse acordo entre A Daphne e o Duque daria a eles por um lado a distancia das mães famintas em casar as filhas e a impressão de disputa entre os rapazes por uma moça cortejada por um Duque.  Uma ideia perfeita, não é mesmo? Talvez! Se não fosse o caso de juntar duas pessoas com tamanha força de espírito com a Daphne e Simon e espere que as coisas saiam como planejadas… seria simplesmente IMPOSSÍVEL!


Uma das coisas que mais gostei dentro dessa narrativa, além obvia dos toques de humor, e do sensual sem ser feio ou vulgar, é que a escrita da Julia trás muito um ar familiar em cada verso. A força que unir os Bridgertons, e o que faz cada um lutar pelo outro é inspirador. Além de temos o trio ABC (Anthony, Benedict e Colin) e Violet para dar um alívio na novela mexicana. Embora seja um livro de época, a linguagem não é rebuscada, muito pelo contrário, é bem acessível e dinâmica. Os personagens são bem construídos, cada um com seus trejeitos e convicções e com perspectiva de crescimento indo além do romance. Os personagens foram muito bem desenvolvidos, e com o passar da história, nós só desejamos que eles pudessem superar suas dores, medos e mágoas – especialmente o Simon. É difícil não se solidarizar por tudo que ele passou e todas as cicatrizes que ele carrega em decorrência do passado. E mesmo Daphne desejando curar tudo isso, não será tão fácil assim.

Outro ponto também maravilhoso é sem dúvida a enigmática figura da Lady Whistledown e claro, parecendo mais o Leo Dias, de forma bondosa na antiga Londres.

O livro é especialmente envolvente em diversos aspectos, principalmente como uma mocinha atua fora do esperado, como um irmão, vira chefe de família e o amor que transforma mágoa em esperança, além de um libertino transforma-se em um amoroso chefe de família.

Espero que vocês tenham gostado! Beijos e até a próxima! 

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