20 de nov. de 2019


Resenha – O Visconde que me amava – Julia Quinn



“A temporada de bailes e festas de 1814 acaba de começar em Londres. Como de costume, as mães ambiciosas já estão ávidas por encontrar um marido adequado para suas filhas. Ao que tudo indica, o solteiro mais cobiçado do ano será Anthony Bridgerton, um visconde charmoso, elegante e muito rico que, contrariando as probabilidades, resolve dar um basta na rotina de libertino e arranjar uma noiva.

Logo ele decide que Edwina Sheffield, a debutante mais linda da estação, é a candidata ideal. Mas, para levá-la ao altar, primeiro terá que convencer Kate, a irmã mais velha da jovem, de que merece se casar com ela.

Não será uma tarefa fácil, porque Kate não acredita que ex-libertinos possam se transformar em bons maridos e não deixará Edwina cair nas garras dele.

Enquanto faz de tudo para afastá-lo da irmã, Kate descobre que o visconde devasso é também um homem honesto e gentil. Ao mesmo tempo, Anthony começa a sonhar com ela, apesar de achá-la a criatura mais intrometida e irritante que já pisou nos salões de Londres. Aos poucos, os dois percebem que essa centelha de desejo pode ser mais do que uma simples atração.

Considerada a Jane Austen contemporânea, Julia Quinn mantém, neste segundo livro da série Os Bridgertons, o senso de humor e a capacidade de despertar emoções que lhe permitem construir personagens carismáticos e histórias inesquecíveis.”

Anthony Bridgerton, primogênito da família Bridgerton, dito pela própria Lady Whistledown (a própria Leo Dias da alta sociedade de 1800), é um Libertino dos piores (Libertino com L maiúsculo mesmo!), daqueles que gostam de festas e de bebidas e principalmente de mulheres, o “chefe” da família, é o irmão mais velho, responsável por todas as coisas da família após o falecimento do pai, a qual ele até então mesmo depois de tanto tempo, sofre tanto, desde o dinheiro até as propriedades e também ajuda a “cuidar” dos irmãos, apesar de serem todos adultos. Nunca parando com nenhuma só mulher, até que resolve que enfim chegou à hora de se “aquietar” como dizemos num bom ceares.

Mas isso pra na cabeça dele, seria algo fácil, só teria que encontrar uma mulher dentro dos padrões aceitáveis para sua futura condição de viscondessa, mas principalmente que mesmo com todas essas características ele saiba que não corresse o risco de se apaixonar e amar sua esposa, porque sabe que seu coração é algo que não pode dar assim, simplesmente porque ele tem em sua mente que ele morrerá cedo (assim como aconteceu com o pai dele) e ele sabe que o amor apenas complicaria essa equação.
“Anthony não era um cínico completo: sabia que o amor verdadeiro existia. Qualquer pessoa que tivesse ficado no mesmo cômodo que seus pais sabia disso. Mas amor era uma complicação que ele preferia evitar. Não tinha desejo algum de presenciar esse milagre em particular na própria vida.”

Diante dessa “lógica” sem a menor “lógica” dele, ele mirou numa donzela que achava que se “encaixava” nos pré-requisitos que ele mentalmente estabelecerá, o que ele não contava era que antes de chegar ao coração e a corte dela, precisaria passar pela aprovação de sua irmã, Kate Sheffield.

Kate apesar de ser a mais velha, sempre viveu a sombra de sua irmã caçula, que sempre chamou a atenção por sua extrema beleza e delicadeza. Todos os homens aptos para se casar queriam Edwina. Então Kate ao invés de procurar um marido para si, pega a responsabilidade de achar um perfeito para Edwina.  Ela tem todo um humor ácido e é cheia de respostas (algo que naquela época não era muito agradável em moças que tinham que estar sempre cheias de cuidado com as coisas que diziam e como se portavam), além de ter uma personalidade bem forte.
“Havia algumas verdades que Kate decidira aceitar fazia muito tempo. Nunca aprenderia a dançar uma valsa sem tentar conduzir o parceiro; sempre teria medo de tempestades de raios, por mais que dissesse a si mesma que estava sendo ridícula; e, não importava o que vestisse, quanto arrumasse o cabelo ou beliscasse as bochechas, nunca seria tão bela quanto Edwina.”

A partir do momento que Anthony começa a cortejar Edwina, ele e Kate começam uma briga de cão e gato. Claro que, como todo bom livro de romance, não poderia faltar algum drama e o responsável pelo drama nesse caso é o passado dos dois. Historias tristes, percas e responsabilidades de irmãos mais velhos, traumas com dificultam apesar dos “títulos” de se encaixarem na sociedade como realmente são. Mas uma das coisas mais maravilhosas nesse livro é como eles enfrentam tudo isso juntos.

Os dois tem uma personalidade forte e que seriam perfeitos um para o outro, acontece que Kate seria a mulher por quem Anthony se apaixonaria com certeza então ele não quer nem cogitar se casar com ela. Que parece não ficar claro pra eles, mas é super notável não apenas para nós leitores, como para os demais personagens também. E isso vai causando uma situação inesperada, engraçada, que obrigará os dois a lidarem do único jeito aceitável a sociedade.
“E então, um dia, isso mudou. Era engraçado, refletiu mais tarde, como a vida de alguém podia mudar num único instante, como tudo podia ser de um jeito num minuto e, no seguinte, simplesmente se transformar em algo diferente.”

Eu realmente gostei da construção do casal, amo a forma imperfeita do Anthony lhe dá com tudo, e no final do livro inclusive a Julia Quinn diz isso, que essa imperfeição é o que o torna tão especial.  Gosto da forma como Kate leva a situação, mesmo não se achando adequada, mas não se acha “coitada”, e luta pela sua própria historia independente de um marido, ou posição social, como era posto pela sociedade. Amo o fato que ela é uma princesa que não ta a espera de um príncipe num cavalo branco a espera pra ser salva. AMO KATE COM TODAS MINHAS FORÇAS.

 “Alguns laços, ele começava a perceber, eram mais fortes que os de sangue.”

A escrita da Julia Quinn me conquista a cada novo livro. Em O Visconde que me Amava todos esses defeitos dos personagens exatamente verdadeiros principalmente pra época, como o complexo de beleza dela e o autoritarismo do Anthony, além de mais alguns traumas de ambos, que tornaram o livro muito mais que um mero romance, mas um puta romance.

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